As Expressões Corporais na Educação dos Filhos

As Expressões Corporais na Educação dos Filhos

Neste artigo vamos compreender nossas expressões corporais como um movimento que transmite ações educacionais positivas ou negativas. Com estudos e reflexões poderemos conhecer melhor nossas manifestações corporais e explorá-las da forma mais eficiente para educação de nossos filhos.

O Professor Evanderson Rodrigo Mendes do IMPSI (Instituto Mineiro de Psicodrama) afirma que:

 “A expressão corporal funcionaliza a linguagem do corpo em suas estruturações e desenvolvimentos. Por isso leva a manifestação da personalidade, a um conhecimento e uma consciência mais completos, para fora e para dentro do indivíduo, enfim, a uma comunicação fluida, capaz de promover uma profunda transformação da atitude básica da personalidade”. 

Precisamos compreender a extensão das nossas Expressões Corporais para permitir uma relação mais sincera com elas e consequentemente, com nossos filhos. Caso contrário, podemos estabelecer relações fantasiosas com nosso corpo e acabando por transmitir uma educação superficial para nossos filhos, o que nos levará a um corpo possivelmente adoecido e a relações frágeis.

O prejuízo do “não conhecer suas Expressões Corporais” poderá ser um assunto discutido em trabalhos futuros. O foco deste trabalho será os sinais corporais negados pelos pais que dificultam o desenvolvimento educativo saudável dos filhos.

Os adultos estão acostumados a mentir para as crianças sobre seus sentimentos, julgando uma incapacidade da compreensão delas, como se eles não pudessem perceber seus sinais corporais.

A questão é que, em muitos casos, ela não será realmente capaz de compreender o quão é complexa a questão, mas vai notar nas expressões que a pessoa está sentindo ou pensando algo não coerente ao que está falando.

O que deixam os filhos confusos é ver seus pais tristes, irritados, falando que estão bem. Ou desligados e cansados, fingindo que estão brincando tranquilos com seus filhos. E estes estímulos controversos distanciam a criança da compreensão dos seus próprios sentimentos. Porque muito da educação familiar acontece através de espelhamento dos pais.

“Inicialmente, copia os papeis de seus egos-auxiliares naturais. Por meio das repetições, ela vai familiarizar-se com seus protótipos e institui-los como modelo de conduta” (Mendes, s.p., 2018)     

Como se preparar para falar de assuntos complicados com os filhos?

A primeira consideração em relação a falar sobre assuntos complicados com os filhos é que não existe um modelo a ser seguido. O importante é sempre estar disposto a aprender qual é o caminho adequado para aquele momento. O que este artigo prioriza como eficiente é que o adulto seja sincero com ele, com o que pensa e sente sobre o assunto e com a criança, para tomar a melhor atitude.

Para explicar isso melhor, vamos dividir os seres humanos em três partes:

  • Pensar (A parte racional, como visualiza a questão cognitivamente)
  • Sentir (A parte que emocional, como sente em relação a questão)
  • Agir (A parte que toma a atitude, como sai a ação)

“…percebemos que esses elementos podem ocorrer em qualquer ordem: sentimentos podem gerar pensamentos, ações podem resultar em sentimentos que podem provocar desejos, e assim por diante”. (FELDMAN, 2006, p.56) 

Para tomar a melhor ação educativa, precisamos estar conscientes do que pensamos e sentimos sobre o assunto. Muito importante saber para quem e em qual momento da vida se encontra a criança que você deverá responder. Porque se tomarmos uma atitude sem o domínio do sentir, do pensar e da demanda real da criança, corremos o risco de realizarmos uma ação ineficiente, inapropriada ou desproporcional.

Então, é importante que pais e mães estejam sempre abertos a se conhecerem melhor. Entender em quais ocasiões o sentir fala mais alto que o pensar e/ou vice e versa. Isso é ter consciência dos valores que são importantes para os pais como educadores.  Devem estar atentos ao processo de desenvolvimento de seus filhos, para que menos perguntas difíceis sejam feitas antes que estejam prontos para responder. Ter consciência que por mais que estejam preparados aparecerão perguntas que não serão fáceis de responder. Neste momento, lembrar que para uma boa ação é preciso equilibrar o pensar e sentir. E se não estiver preparado para falar do assunto, agende outro momento para responder esta pergunta ao seu filho. Caso se sinta despreparado, busque ajuda. Mas nunca menospreze a pergunta ou sua dificuldade de responder.

As vezes os pais ficam indisponíveis para seus filhos. Não conseguem respondê-los imediatamente. Este não é o grande problema. O problema é permanecer indisponível. “O controle ou a solução daquilo que nos perturba pode nos devolver a disponibilidade”. ((FELDMAN, 2006, p.80)

Hoje em dia, temos muitas formas de desenvolver nossa disponibilidade. As rodas de conversa sobre “Ser Pai” e “Ser Mãe” são movimentos muito importantes e eficientes da atualidade. Elas são feitas por grupos, que debatem diversos temas que envolvam pessoas com a mesma questão em aberto. Se você não tem interesse neste formato de ajuda, pode procurar especialistas em educação como os psicopedagogos.

Este profissional vai avaliar seu caso de forma ampla, levantando questões específicas e o mesmo poderá fazer as orientações necessárias. Caso seja importante, o psicopedagogo fará os eventuais encaminhamentos a outros profissionais ou terapias. Lembrando que sempre é imprescindível procurar ajuda de profissionais capacitados.     

Raquel Leonor Resende

Psicopedagoga

 

Referência bibliográfica

 

Psicodrama: Léa Porto, nós et Nós/ coordenação Tereza Christina Melo Castro; autores Dolores Maria Pena Solléro…[et al.]. – Belo Horizonte: Sografe Editora, 2012

 

MENDES, Evanderson Rodrigo. Apostila: Modulo I, Pós-Graduação em Psicodrama, IMPSI, 2018.

FELDMAN, Clara. Encontro: uma abordagem humanista. Belo Horizonte: Crescer 2006.

FONSECA FILHO, José de Souza. Psicodrama da Loucura: correlações entre Buber e Moreno. São Paulo. Agora, 1980.

 WECHSLER, Mariângela Pinto da Fonseca. Psicodrama e construtivismo: uma leitura psicopedagógica. São Paulo: FAPESP. 2º edição. 2002

WILLIAMS, Antony. Temas Proibidos, ações estratégicas para grupos. São Paulo: Agora,1998.

 

One thought to “As Expressões Corporais na Educação dos Filhos”

  1. Assunto complicado!!! Como você explica sobre estes movimentos com relação às palavras Agir, sentir e pensar? Por exemplo: se o pai fala para o filho seguramente de como ele está pensando e sentindo e agindo. Mas, muitas vezes pecebe_se que os filhos enterprentam de maneira oposta as realidades dos movimentos de pensar, sentir e agir dos pais? Há uma confusão de desequilíbrio deste contexto de comunicação!

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