Autismo

Transtorno do Aspecto Autista aos cuidados do Psicopedagogo

O Autismo

De uma forma geral e simplificada podemos dizer que a pessoa que tem o Transtorno do Aspecto Autista apresenta dificuldade, em maior ou menor grau, nas suas relações. Em muitos casos, esta condição atrapalha o desenvolvimento escolar. Mesmo a pessoa tendo condições cognitivas para aprender o conteúdo as dificuldades dos tipos sensoriais, de concentração, de comportamentos entre outros, podem contribuir para a vinculação patológica com a aprendizagem. E com o foco de interesse reduzido, mesmo sendo capaz de aprender o Autista não se desenvolverá plenamente de acordo com suas capacidades.

 

Os psicopedagogos clínicos nestes casos focam nos pré-requisitos básicos para a aprendizagem e nas habilidades não desenvolvidas específicas do cliente para ampliar sua capacidade de aprender e melhorar sua relação com a aprendizagem.

 

Para isso o Psicopedagogo deve utilizar a Ciência Comportamental e outros métodos que sejam adequados para cada caso. No caso de Transtorno do Aspecto Autista é de extrema importância que o profissional conheça Análise do Comportamento Aplicada, ou ABA (Applied Behavior Analysis,), para tornar suas ações educativas mais eficientes. Podendo perfeitamente ser utilizados em outros tipos de abordagem, transtorno ou deficiência.

 

Tratamento

 

As informações deste artigo foram construídas a partir da minha prática em ambiente clínico, como também através de literaturas como “Mentes Únicas”, e cursos como da “Academia do Autismo” e do “Neuro Saber” e também a orientações da Cristiane Alcantara: Pedagoga, Psicopedagoga e Neuropsicopedagoga, Especialista em Educação Especial e Avaliação Precoce no Rastreio do Autismo. A partir de todas estas fontes, conclui que ABA atualmente é o recurso mais adequado para este público. Por isso tenho estudado e procurado me qualificar para proporcionar um trabalho mais eficiente para este perfil de cliente.

 

A busca por caminhos que possibilitam estas pessoas a superar suas limitações e se desenvolver deve ser um trabalho contínuo. A atenção às características individuais do cliente deve motivar as ações do profissional. O registro do desenvolvimento e o suporte à família e à escola devem ser priorizados para uma otimização do processo.

 

O Psicopedagogo deve sempre se manter atualizado buscando ferramentas que colaborem para o desenvolvimento de cada cliente. Cada caso deve ser tratado como único. Por isso é fundamental que o profissional tenha capacidade de se adaptar e tenha um perfil pesquisador. Para conseguir traduzir tudo que pesquisa para a prática em seu consultório.

 

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Duvida

O erro e o acerto na educação

Para iniciar vamos pensar no conceito de “certo” e “errado” que utilizamos hoje. No https://www.dicio.com.br CERTO quer dizer, “Exato, sem erros; que exprime a verdade: resultado certo.” E ERRADO quer dizer: “Em que há erro; que está incorreto: trabalho errado”.

Uma palavra é exatamente o oposto da outra. Ou seja, o que está correto não está errado, e o que está errado não está certo. Partimos deste pressuposto para avaliar as mais diversas atitudes e conceitos. Isso porque existe toda uma construção filosófica, que começou a ser construída antes do período Socrático que foram sofrendo influências e se reestruturando até que chegamos a este conceito polar do CERTO X ERRADO.

…Aristóteles dá uma definição de verdade, na expressão: “Dizer que aquilo é, não é, ou que aquilo que não é, é falso; enquanto dizer que aquilo que é, é, ou que aquilo não é, é o verdadeiro”(Metafisica IV,1011b, p.27-29) e Tarski adapta esta sentença aristotélica à linguagem moderna com o seguinte expressão: “A verdade de uma oração consiste em seu acordo (ou correspondência) com a realidade”(TARSKI,1972,p.12).’ (SERZEDELLO, 2019, p.45)

A busca da filosofia e da ciência pela verdade, pelo certo, provavelmente erá tema de discussão para muitos outros séculos. E a relevância desta discussão não está sendo questionada neste artigo.

Não podemos é permitir que estes conceitos tão matemáticos e de valor enquadrado seja o critério mais importante em nossas atitudes educativas

Observem este desenho infantil:

O que você vê? O que uma criança de 7 anos vê? O que uma criança de 4 anos vê? O que uma criança de 2 anos vê? O que um idoso vê?

Dizer que tem uma letra “M” desenhada, ou que tem montanha s no desenho ou que a letra “m” é representada através de montanhas, são respostas correspondentes ao desenho. Cada uma destas idades pode manifestar respostas diferentes e corretas para esta mesma pergunta. Por esta razão, nossas ações educativas não devem ser baseadas somente nos conceitos de “CERTO E ERRADO”. Então em que devemos basear nossas ações educativas? 

 

 

As Expressões Corporais na Educação dos Filhos

As Expressões Corporais na Educação dos Filhos

Neste artigo vamos compreender nossas expressões corporais como um movimento que transmite ações educacionais positivas ou negativas. Com estudos e reflexões poderemos conhecer melhor nossas manifestações corporais e explorá-las da forma mais eficiente para educação de nossos filhos.

O Professor Evanderson Rodrigo Mendes do IMPSI (Instituto Mineiro de Psicodrama) afirma que:

 “A expressão corporal funcionaliza a linguagem do corpo em suas estruturações e desenvolvimentos. Por isso leva a manifestação da personalidade, a um conhecimento e uma consciência mais completos, para fora e para dentro do indivíduo, enfim, a uma comunicação fluida, capaz de promover uma profunda transformação da atitude básica da personalidade”. 

Precisamos compreender a extensão das nossas Expressões Corporais para permitir uma relação mais sincera com elas e consequentemente, com nossos filhos. Caso contrário, podemos estabelecer relações fantasiosas com nosso corpo e acabando por transmitir uma educação superficial para nossos filhos, o que nos levará a um corpo possivelmente adoecido e a relações frágeis.

O prejuízo do “não conhecer suas Expressões Corporais” poderá ser um assunto discutido em trabalhos futuros. O foco deste trabalho será os sinais corporais negados pelos pais que dificultam o desenvolvimento educativo saudável dos filhos.

Os adultos estão acostumados a mentir para as crianças sobre seus sentimentos, julgando uma incapacidade da compreensão delas, como se eles não pudessem perceber seus sinais corporais.

A questão é que, em muitos casos, ela não será realmente capaz de compreender o quão é complexa a questão, mas vai notar nas expressões que a pessoa está sentindo ou pensando algo não coerente ao que está falando.

O que deixam os filhos confusos é ver seus pais tristes, irritados, falando que estão bem. Ou desligados e cansados, fingindo que estão brincando tranquilos com seus filhos. E estes estímulos controversos distanciam a criança da compreensão dos seus próprios sentimentos. Porque muito da educação familiar acontece através de espelhamento dos pais.

“Inicialmente, copia os papeis de seus egos-auxiliares naturais. Por meio das repetições, ela vai familiarizar-se com seus protótipos e institui-los como modelo de conduta” (Mendes, s.p., 2018)     

Como se preparar para falar de assuntos complicados com os filhos?

A primeira consideração em relação a falar sobre assuntos complicados com os filhos é que não existe um modelo a ser seguido. O importante é sempre estar disposto a aprender qual é o caminho adequado para aquele momento. O que este artigo prioriza como eficiente é que o adulto seja sincero com ele, com o que pensa e sente sobre o assunto e com a criança, para tomar a melhor atitude.

Para explicar isso melhor, vamos dividir os seres humanos em três partes:

  • Pensar (A parte racional, como visualiza a questão cognitivamente)
  • Sentir (A parte que emocional, como sente em relação a questão)
  • Agir (A parte que toma a atitude, como sai a ação)

“…percebemos que esses elementos podem ocorrer em qualquer ordem: sentimentos podem gerar pensamentos, ações podem resultar em sentimentos que podem provocar desejos, e assim por diante”. (FELDMAN, 2006, p.56) 

Para tomar a melhor ação educativa, precisamos estar conscientes do que pensamos e sentimos sobre o assunto. Muito importante saber para quem e em qual momento da vida se encontra a criança que você deverá responder. Porque se tomarmos uma atitude sem o domínio do sentir, do pensar e da demanda real da criança, corremos o risco de realizarmos uma ação ineficiente, inapropriada ou desproporcional.

Então, é importante que pais e mães estejam sempre abertos a se conhecerem melhor. Entender em quais ocasiões o sentir fala mais alto que o pensar e/ou vice e versa. Isso é ter consciência dos valores que são importantes para os pais como educadores.  Devem estar atentos ao processo de desenvolvimento de seus filhos, para que menos perguntas difíceis sejam feitas antes que estejam prontos para responder. Ter consciência que por mais que estejam preparados aparecerão perguntas que não serão fáceis de responder. Neste momento, lembrar que para uma boa ação é preciso equilibrar o pensar e sentir. E se não estiver preparado para falar do assunto, agende outro momento para responder esta pergunta ao seu filho. Caso se sinta despreparado, busque ajuda. Mas nunca menospreze a pergunta ou sua dificuldade de responder.

As vezes os pais ficam indisponíveis para seus filhos. Não conseguem respondê-los imediatamente. Este não é o grande problema. O problema é permanecer indisponível. “O controle ou a solução daquilo que nos perturba pode nos devolver a disponibilidade”. ((FELDMAN, 2006, p.80)

Hoje em dia, temos muitas formas de desenvolver nossa disponibilidade. As rodas de conversa sobre “Ser Pai” e “Ser Mãe” são movimentos muito importantes e eficientes da atualidade. Elas são feitas por grupos, que debatem diversos temas que envolvam pessoas com a mesma questão em aberto. Se você não tem interesse neste formato de ajuda, pode procurar especialistas em educação como os psicopedagogos.

Este profissional vai avaliar seu caso de forma ampla, levantando questões específicas e o mesmo poderá fazer as orientações necessárias. Caso seja importante, o psicopedagogo fará os eventuais encaminhamentos a outros profissionais ou terapias. Lembrando que sempre é imprescindível procurar ajuda de profissionais capacitados.     

Raquel Leonor Resende

Psicopedagoga

 

Referência bibliográfica

 

Psicodrama: Léa Porto, nós et Nós/ coordenação Tereza Christina Melo Castro; autores Dolores Maria Pena Solléro…[et al.]. – Belo Horizonte: Sografe Editora, 2012

 

MENDES, Evanderson Rodrigo. Apostila: Modulo I, Pós-Graduação em Psicodrama, IMPSI, 2018.

FELDMAN, Clara. Encontro: uma abordagem humanista. Belo Horizonte: Crescer 2006.

FONSECA FILHO, José de Souza. Psicodrama da Loucura: correlações entre Buber e Moreno. São Paulo. Agora, 1980.

 WECHSLER, Mariângela Pinto da Fonseca. Psicodrama e construtivismo: uma leitura psicopedagógica. São Paulo: FAPESP. 2º edição. 2002

WILLIAMS, Antony. Temas Proibidos, ações estratégicas para grupos. São Paulo: Agora,1998.

 

Movimento que antecede a aprendizagem – parte 2

A amplitude do lúdico neste movimento vivo do aprender.

Com a arte encontramos uma forma de reviver e reelaborar nosso conhecimento. E passamos a nos movimentar para agregar nesta caminhada novos conceitos que nos tiram do estado anterior e nos transformam. Utilizando o lúdico como um ingrediente, a busca pelo novo é absorvida de forma natural, prazerosa e muito eficiente, se tornando parte ativa da construção do aprender. O artigo Jogos Teatrais Criatividade e Desenvolvimento Humano descreve a relação do teatro e o desenvolvimento humano.

“O crescimento do intelecto é um processo cumulativo, mas a nova experiência não é introduzida à  força, pois se funde com o que lá já existe, modificando assim o que já existe e sendo ela própria modificada. Há durante este processo “ocasiões” em que as estruturas mentais parecem realizar-se ou estender-se em um sintema mais viável; o estágio muda. Em qualquer momento determinado deste processo desenvolvimental, há um equilíbrio adaptativo, que torna cada vez mais largamente baseado com sucessivos estágios.’(Richmond.  p.103, 1981)

Fernández afirma que: “Necessitamos incorporar conhecimentos sobre o organismo, o corpo, a inteligência e o desejo, os quatro níveis que consideramos basicamente implicados no aprender”. (p.128, 1990). Assim é importante que a própria pessoa conheça a sua própria forma de aprender. O processo de aprendizagem é único e pessoal, por isso se assemelha a processos artísticos que consequentemente tornam as terapias ligadas a arte como o Psicodrama, um recurso eficiente para o educador.

O encontro com a arte deve ser de forma ativa para efeito terapêutico. A pessoa precisa se ver transformando um objeto em outro, um movimento e um ritmo, sua história em uma cena e assim ativamente, recriar para remodelar seu vínculo com o processo educativo. Encontrando neste novo vínculo outros caminhos para aprender. Esta liberdade consolida sua aprendizagem que estrutura novas experiências e novos encontros com diversos universos do conhecimento, porque a pessoa aprende a apender e se desenvolver inteiramente.

O conteúdo aqui exposto é fruto de pesquisa científica e de prática. Em cada livro que abro, em cada paciente que atendo, se confirma e reafirma a eficiência da arte para a educação. Podemos notar que a arte se faz cada vez mais ponte para o conhecimento das pessoas e dos seus processos educativos.

 

REFERÊNCIA BIOGRÁFICA

 

GUIMARÃES, Gustavo Queiroz. Metáfora relacional –  uma experiência de inclusão de pessoas com necessidades especiais através do ouvir, criar e narrar histórias.

 

Psicodrama: Léa Porto, nós et Nós/ coordenação Tereza Christina Melo Castro; autores Dolores Maria Pena Solléro…[et al.]. – Belo Horizonte: Sografe Editora, 2012

 

RICHMOND, Peter Graham. Piaget: teoria e pratica. Tradução Aydano Arruda. São Paulo. IBRASA. 1981

 

FERNÁNDEZ, Alicia. A inteligência aprisionada: abordagem psicopedagógica clinica e sua família; tradução Iara Rodrigues. Porto Alegre: artes Medicas, 1990.

 

 

 

 

Movimento que antecede a aprendizagem – Parte 1

A arte como movimento importante para a aprendizagem

Em minha busca por um caminho que possibilitasse uma aprendizagem prazerosa, já no início de minha carreira, me encontrei com a arte.

Em 2003, me senti realizada, unindo a pedagogia ao teatro. No meu LinkedIn tem mais informações e fotos sobre este período.

E nesta caminhada contínua agreguei outros ingredientes, tais como jogos, danças, músicas, histórias, costura, poesia… porque “buscava sair da lógica do erro / acerto, para uma lógica mais inclusiva, ao considerar que toda expressão é parte de um diálogo”. (Guimaraes).

E foi nesta estrada que encontrei pessoas como Gustavo Guimaraes (Professor da Pós-Graduação em Psicodrama) conhecido como Gustavo Gaivota; Maria Inês Resende (Escritora, Poeta e Contadora de Histórias) conhecida como Embondeira  e Rubia Mesquita.

Adicionei ao meu perfil profissional pessoas como estas, além da arte e do Psicodrama, pelo fato de que percebê-los como fortes aliados na prática da educação eficiente!

Em minhas atividades Psicopedagógicas, sinto-me realizada como profissional, porque acredito na criatividade e na espontaneidade do meu paciente e no decorrente potencial transformador.

Na prática, vejo que o incentivo a vivenciar momentos de espontaneidade e criatividade abrem caminhos para processos educacionais.  E com isso, acontece uma transformação, passando de uma relação difícil com a educação para uma relação mais harmônica e eficaz.

O movimento que antecede a espontaneidade está diretamente ligado ao movimento que antecede a construção do conhecimento. Visto que a assimilação e a acomodação do conhecimento é um processo criativo da pessoa.

“Superposições que se revelam nos Foco Sócio educacional e Foco Psicoterapêutico, convergido verdadeiramente num único ponto: o conhecimento vivo: experimentar, criar, fazer nascer, revelar o mundo de encontros e desencontros do real ao imaginário, do possível até o impossível, ampliando o olhar para o drama coletivo com suas questões sociais e ideológicas” (Campos, et al.  p. 150. 2012)

Este conhecimento vivo, que brota da produção é explorado também em outros artigos deste site e em vídeos no meu canal do youtube.  Mas neste artigo vamos nos dedicar a amplitude do lúdico neste processo vivo do aprender.

 

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

GUIMARÃES, Gustavo Queiroz. Metáfora relacional –  uma experiência de inclusão de pessoas com necessidades especiais através do ouvir, criar e narrar histórias.

 

Psicodrama: Léa Porto, nós et Nós/ coordenação Tereza Christina Melo Castro; autores Dolores Maria Pena Solléro…[et al.]. – Belo Horizonte: Sografe Editora, 2012

 

Jogos Teatrais, Criatividade e Desenvolvimento Humano.

Criatividade é a saída para várias situações. Uma pessoa criativa tem opções ao enxergar formas e estratégias para resolver uma situação. O criativo consegue reagir melhor às situações. Com maior clareza e domínio consegue se utilizar dos recursos a sua volta para intervir na situação de forma favorável a ele. Por isso a criatividade tem sido um talento importante para a humanidade em geral.

 

A criatividade é um talento que pode ser aperfeiçoado. “Compartilhar uma atividade lúdica e criativa baseada na experimentação e na compreensão é um estímulo para a aprendizagem”. O teatro pode ser um grande aliado para o desenvolvimento humano porque ele proporciona estímulos e atividades onde a pessoa cria meios para contar sua história. E de acordo com a idade estas atividades podem ser menos ou mais complexas.

 

Os jogos teatrais estão sendo utilizados como um recurso para autoconhecimento e também para trabalhar questões sociais (saúde, higiene, uso de drogas, entre outros). Boa parte das crianças gostam de participar de apresentações de teatro. E gostar do que se está fazendo facilita aprender sobre o assunto. “As pessoas aprendem apenas quando estão abertas ao inesperado, quando procuram dentro de si mesmas, quando lhe é permitido sonhar, quando são levadas por uma espécie de sede interior”.

 

Com jogos teatrais para estimular a capacidade de criação, o professor tem um leque enorme de possíveis propostas. Não tem limites nem de temas ou recursos específicos. Quando o objetivo é criar, um pedaço de papel, ou um camarim cheio de fantasias ou simplesmente um único aluno, tudo é possível de se fazer. Por isso o teatro é tão eficiente no incentivo da criatividade e no desenvolvimento humano. O trabalho com teatro neste sentindo não tem amplitudes inerentes aos recursos financeiros.

 

Então vista o seu personagem com a imaginação, vá em frente com a magia do teatro, e esteja certo que caminhos reais vão surgir. No próximo artigo vou numerar quantos benefícios reais são possíveis através dos jogos teatrais.

 

Raquel Leonor Resende

REFERÊNCIA

MELLANDER, Klas. O Poder da Aprendizagem. São Paulo: Editora Cultrix. 2006

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: arte/ Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1997.

O lúdico e o desenvolvimento humano

O ser humano se difere dos demais animais pela capacidade de criar novas estratégias, alterando o meio para seu benefício. Esta capacidade é aprimorada nos primeiros anos de vida do ser humano e tende normalmente a ficar mais hábeis com o decorrer da vida. Isto se dá através das interações homem/homem, homem/sociedade, homem/ambiente, homem/brincadeiras, homem/máquina entre outras. De acordo com Mellander,“… a qualidade do conhecimento é determinada pelas muitas experiências e associações que ao todo compões tal conhecimento. E o ensino e o estudo são tentativas de recriar, de uma forma ou outra, o processo de aprendizado que originalmente resultam no conhecimento em questão.” (Mellander, 2006. p.53).

 

A brincadeira é um dos primeiros recursos utilizados pelo homem para aprender. A mãe diante de seu bebê, bate palmas, faz sons com a boca, tudo isso para ensiná-lo a interagir. E o estímulo ainda fica maior quando o bebê consegue bater palmas e a mãe manifesta sua alegria por isso.

 

Os recursos lúdicos são eficientes justamente porque fazem parte das primeiras formas de se conectar com o mundo e as pessoas. As crianças se sentem confortáveis em atividades lúdicas. E usando os recursos lúdicos alcançamos uma aprendizagem mais natural e eficiente.

 

“Aparentemente, aprendemos o tempo todo – espontaneamente e sem fazer esforço – coisa que parecem praticamente impossíveis de se aprender numa sala de aula ou livro didático. Isso significa que aprendemos mais facilmente sem professor do que quando somos ensinados? Por mais estranho que pareça, é isso o que realmente acontece. Por quê? Porque nossa ignorância nos induz a complicar as coisas para nós mesmos. Assim, diminuímos em vez de aumentar a nossa capacidade de aprender em um ambiente formal. Se conseguirmos ficar mais conscientes de como aprendemos espontaneamente, poderemos aumentar nossa capacidade de aprender conscientemente e de acordo com um plano em uma situação de aprendizado formal”. (Mellander, 2006. P. 22).

 

Com os recursos lúdicos e artísticos, o aluno pode encontrar esta consciência de autoaprendizagem, se tornando um ser ativo no seu processo cognitivo. Facilitando o processo de aprendizagem formal em todas suas etapas.

 

REFERÊNCIA BIOGRAFICA

MELLANDER, Klas. O Poder da Aprendizagem. São Paulo: Editora Cultrix. 2006