O que é TDA-H?

O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade é um transtorno neurológico que se manifesta na infância e seus sintomas são observados por toda a vida da pessoa. O TDA-H não é uma doença, e sim um transtorno, não tem cura, mas existe tratamentos que ajudam a pessoa a conviver melhor com estas características. As características comuns ao TDA-H é desatenção, impulsividade e hiperatividade.

 

Sintomas:

  • Deixar de prestar atenção a detalhes ou comete erros por descuido em atividades escolares, de trabalho ou durante outras atividades;
  • Ter dificuldade de manter a atenção em tarefas ou atividades lúdicas;
  • Não escutar quando lhe dirigem a palavra;
  • Não seguir instruções e não termina deveres de casa, tarefas domésticas ou tarefas no local de trabalho;
  • Ter dificuldade para organizar tarefas e atividades;
  • Evitar, não gostar ou relutar em se envolver em tarefas que exijam esforço mental prolongado;
  • Perder objetos necessários às tarefas ou atividades;
  • Ser facilmente distraído por estímulos externos;
  • Ser esquecido em relação a atividades cotidianas;
  • Remexer ou batucar mãos e pés ou se contorcer na cadeira;
  • Levantar da cadeira em sala de aula ou outras situações nas quais se espera que permaneça sentado;
  • Correr ou subir nas coisas, em situações onde isso é inapropriado ou, em adolescentes ou adultos, ter sensações de inquietude;
  • Ser incapaz de brincar ou se envolver em atividades de lazer calmamente;
  • Não conseguir ou se sentir confortável em ficar parado por muito tempo, em restaurantes, reuniões, etc.;
  • Falar demais;
  • Não conseguir aguardar a vez de falar, respondendo uma pergunta antes que seja terminada ou completando a frase dos outros;
  • Ter dificuldade de esperar a sua vez;
  • Interrompe ou se intrometer em conversas e atividades;
  • Tentar assumir o controle do que os outros estão fazendo ou usar coisas dos outros sem pedir.

Categorias:

  • TDA-H tipo Combinado / Misto

Apresenta grande distração, lentidão, esquecimentos, agitação, compulsão, intensidade nas ações.

  • TDA-H tipo Desatento / Distraído

Apresenta grande distração, lentificação, esquecimentos e desorganização.

  • TDA-H tipo Hiperativo/Impulsivo

Apresenta grande agitação, impulsividade, impaciência, compulsão e intensidade nas ações.

Níveis:

  • Leve (quando apresenta poucas características ou sintomas que causam pequeno prejuízo ao desenvolvimento)
  • Moderada (quando apresenta prejuízo moderados no desenvolvimento)
  • Grave (quando apresenta muitos sintomas com prejuízos acentuados no seu desenvolvimento)

 

Diagnóstico e Tratamento

As características normalmente começam a ser observadas nas crianças quando começam suas atividades escolares, visto que elas não conseguem absorver as informações devido à dificuldade de foco e atenção. Criando lacunas no processo educativo. Assim a escola e a família da criança observam de forma mais concreta que existe uma questão que deve ser melhor pesquisada para uma tomada de ação mais especifica para o caso.

O diagnóstico de TDA-H deve ser feito por médicos especialistas como neurologistas ou psiquiatras. A avaliação Psicopedagógica é importante para que o médico responsável pelo diagnostico tenha um relatório com um parecer profissional do especialista em educação. Onde apresentará características do cliente em relação ao seu processo de desenvolvimento de uma forma organizada e criteriosa, que facilitará o diagnóstico mais preciso.

O tratamento deve ser realizado o mais rápido possível, visto que esta pessoa poderá ter seu desenvolvimento escolar e/ou profissional normalizado. O tratamento em muitos casos é multidisciplinar (médico, fonoaudiólogo, psicopedagogo, psicólogo, psicomotricista entre outros). Podendo ser necessário ou não o uso de medicamentos. As terapias devem ser específicas para cada caso. O controle e treinamento dos hábitos permitem que a pessoa se organize e utilize sua capacidade cognitiva para aprender e se desenvolver normalmente.

Os diagnósticos e tratamentos de TDA-H estão cada vez mais ajudando pessoas a superar os sintomas causados pelo transtorno. Mas é importante que o diagnóstico seja feito por profissionais especializados. Por isso se você ou um familiar apresentar estes sintomas procure ajuda qualificada.

 

A Psicopedagogia no tratamento de TDA-H

A Psicopedagogia é direcionada a identificar e intervir em problemas de aprendizagem ou do desenvolvimento humano. Mesmo o TDA-H não sendo um transtorno específico da aprendizagem tem como consequência ou sintoma o baixo desempenho escolar ou profissional. E o psicopedagogo vai atuar terapeuticamente para sanar a defasagem educacional que atrapalha o bom desenvolvimento do cliente com TDA-H.

A contribuição para o diagnóstico eficiente começa com a Avaliação Psicopedagógica. É nela que se faz um relatório detalhado do desenvolvimento do cliente, apontando características específicas que relacionam a suas capacidades e dificuldades. Partindo deste relatório investigativo o médico se orienta para o diagnóstico. Após o médico fechar o diagnostico o cliente será orientado a tomar as medidas necessárias para o seu caso.

Muitos casos de TDA-H são acompanhados por psicopedagogos que irão trabalhar pré-requisitos para que a pessoa possa desenvolver capacidades como concentração, memorização, controle inibitórios, foco e funções executivas. A psicopedagogia também intervém nas questões sócio afetivas como diz OLIVEIRA “…terapias ajudam as crianças a se autovalorizarem e a encontrarem alternativas para se adaptarem socialmente. A ludoterapia, a psicopedagogia, o psicodrama, podem ser técnicas valiosíssimas para serem usadas no tratamento de crianças hiperativas”. (p.29)

O acompanhamento psicopedagógico adequado traz benefícios no desenvolvimento da pessoa com TDA-H. Os sintomas podem ser minimizados e a própria pessoa será motivada a conhecer e criar saídas para diminuir suas dificuldades. Através do autoconhecimento e autonomia.

Para começar seu tratamento ou saber mas sobre este assunto entre em contato através do WhatsApp: (31) 988526157.

Autismo

Transtorno do Aspecto Autista aos cuidados do Psicopedagogo

O Autismo

De uma forma geral e simplificada podemos dizer que a pessoa que tem o Transtorno do Aspecto Autista apresenta dificuldade, em maior ou menor grau, nas suas relações. Em muitos casos, esta condição atrapalha o desenvolvimento escolar. Mesmo a pessoa tendo condições cognitivas para aprender o conteúdo as dificuldades dos tipos sensoriais, de concentração, de comportamentos entre outros, podem contribuir para a vinculação patológica com a aprendizagem. E com o foco de interesse reduzido, mesmo sendo capaz de aprender o Autista não se desenvolverá plenamente de acordo com suas capacidades.

 

Os psicopedagogos clínicos nestes casos focam nos pré-requisitos básicos para a aprendizagem e nas habilidades não desenvolvidas específicas do cliente para ampliar sua capacidade de aprender e melhorar sua relação com a aprendizagem.

 

Para isso o Psicopedagogo deve utilizar a Ciência Comportamental e outros métodos que sejam adequados para cada caso. No caso de Transtorno do Aspecto Autista é de extrema importância que o profissional conheça Análise do Comportamento Aplicada, ou ABA (Applied Behavior Analysis,), para tornar suas ações educativas mais eficientes. Podendo perfeitamente ser utilizados em outros tipos de abordagem, transtorno ou deficiência.

 

Tratamento

 

As informações deste artigo foram construídas a partir da minha prática em ambiente clínico, como também através de literaturas como “Mentes Únicas”, e cursos como da “Academia do Autismo” e do “Neuro Saber” e também a orientações da Cristiane Alcantara: Pedagoga, Psicopedagoga e Neuropsicopedagoga, Especialista em Educação Especial e Avaliação Precoce no Rastreio do Autismo. A partir de todas estas fontes, conclui que ABA atualmente é o recurso mais adequado para este público. Por isso tenho estudado e procurado me qualificar para proporcionar um trabalho mais eficiente para este perfil de cliente.

 

A busca por caminhos que possibilitam estas pessoas a superar suas limitações e se desenvolver deve ser um trabalho contínuo. A atenção às características individuais do cliente deve motivar as ações do profissional. O registro do desenvolvimento e o suporte à família e à escola devem ser priorizados para uma otimização do processo.

 

O Psicopedagogo deve sempre se manter atualizado buscando ferramentas que colaborem para o desenvolvimento de cada cliente. Cada caso deve ser tratado como único. Por isso é fundamental que o profissional tenha capacidade de se adaptar e tenha um perfil pesquisador. Para conseguir traduzir tudo que pesquisa para a prática em seu consultório.

 

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Duvida

O erro e o acerto na educação

Para iniciar vamos pensar no conceito de “certo” e “errado” que utilizamos hoje. No https://www.dicio.com.br CERTO quer dizer, “Exato, sem erros; que exprime a verdade: resultado certo.” E ERRADO quer dizer: “Em que há erro; que está incorreto: trabalho errado”.

Uma palavra é exatamente o oposto da outra. Ou seja, o que está correto não está errado, e o que está errado não está certo. Partimos deste pressuposto para avaliar as mais diversas atitudes e conceitos. Isso porque existe toda uma construção filosófica, que começou a ser construída antes do período Socrático que foram sofrendo influências e se reestruturando até que chegamos a este conceito polar do CERTO X ERRADO.

…Aristóteles dá uma definição de verdade, na expressão: “Dizer que aquilo é, não é, ou que aquilo que não é, é falso; enquanto dizer que aquilo que é, é, ou que aquilo não é, é o verdadeiro”(Metafisica IV,1011b, p.27-29) e Tarski adapta esta sentença aristotélica à linguagem moderna com o seguinte expressão: “A verdade de uma oração consiste em seu acordo (ou correspondência) com a realidade”(TARSKI,1972,p.12).’ (SERZEDELLO, 2019, p.45)

A busca da filosofia e da ciência pela verdade, pelo certo, provavelmente erá tema de discussão para muitos outros séculos. E a relevância desta discussão não está sendo questionada neste artigo.

Não podemos é permitir que estes conceitos tão matemáticos e de valor enquadrado seja o critério mais importante em nossas atitudes educativas

Observem este desenho infantil:

O que você vê? O que uma criança de 7 anos vê? O que uma criança de 4 anos vê? O que uma criança de 2 anos vê? O que um idoso vê?

Dizer que tem uma letra “M” desenhada, ou que tem montanha s no desenho ou que a letra “m” é representada através de montanhas, são respostas correspondentes ao desenho. Cada uma destas idades pode manifestar respostas diferentes e corretas para esta mesma pergunta. Por esta razão, nossas ações educativas não devem ser baseadas somente nos conceitos de “CERTO E ERRADO”. Então em que devemos basear nossas ações educativas? 

 

 

Então, em que devemos basear nossas ações educativas?

A ação educativa deve estar voltada para a fase do desenvolvimento da pessoa. É de rigorosa necessidade que o educador saiba em que fase do desenvolvimento está seu aluno, para que a ação educativa faça sentido e o aluno aprenda.

Podemos utilizar tabelas que demonstram relação entre a idade e o desenvolvimento humano, mas devemos estar atentos ainda mais as particularidades de cada aluno. Para que o conteúdo a ser trabalhado esteja contextualizado e relacionado a sua vida. Os métodos que relacionam a experiências do aluno a seu processo educativo estão muito bem representados na visão construtivista de Paulo Freire e também pela Pedagogia Waldorf.

Hoje gostaria de apresentar a quem não conhece uma forma diferente e criativa de ensinar, utilizando ferramentais do Psicodrama. 

Por meio deste método o professor vai utilizar de recursos lúdicos para acessar no seu aluno experiências particulares e posteriormente através de ato espontâneo o aluno poderá assimilar e acomodar conteúdos. O papel do professor neste caso será dar oportunidades para que o aluno se torne protagonista da sua ação educativa.

O pressuposto básico em que acreditamos é que a espontaneidade _ criatividade é o fator que permeia a regulação de todo o desenvolvimento, quer seja ele voltado para as construções lógicas, quer seja ele voltado para as relações afetivas e sociais”. (WECHSLER,1999, p.25).

Visto isto o que acontecerá de mais importante na educação não estará enquadrada entre o CERTO X ERRADO mas sim na AÇÃO. O método valoriza o educador mediador, onde o professor funciona como um trampolim para dar ao aluno somente o impulso necessário para que o próprio se desenvolva.

A aprendizagem é um processo cuja matriz é vincular e lúdica e sua raiz corporal; seu desdobramento criativo põe-se em jogo através da articulação inteligente-desejo e do equilíbrio assimilação-acomodação. No humano a aprendizagem funciona como equivalente funcional do instinto. Para dar conta das fraturas no aprender, necessitamos atender aos processos (à dinâmica, ao movimento, às tendências) e não aos resultados ou rendimentos (sejam escolares ou psicométricos). (FERNANDES, 1990, p.48)

O objetivo é nunca apagar no aluno a sua criatividade. Assim como nossa sociedade queimou muitos filósofos porque contrariavam o “CERTO” da época. Precisamos conhecer os mais diversos tipos de ferramentas e métodos, para proporcionar aos nossos alunos possibilidades plurais de encontro com seu processo educativo. Não vamos colocar nossos métodos educacionais na balança do (CERTO x ERRADO), vamos conhecê-los e usar o que for importante para promover a educação.

 

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

SERZEDELLO, Marcos. Ciência e Verdade. A verdade cientifica e suas implicações para o ensino de física e ciências. Curitiba: Appris, 2019.

WECHSLER,Mariângela Pinto da Fonseca Wechsler. Psicodrama e construtivismo uma leitura psicopedagógica. São Paulo: FAPESP,1999. p.25)

FERNANDES, Alicia. A inteligência aprisionada, abordagem psicopedagógica da criança e sua família. Porto Alegre: Artes Medicas, 1990.

As Expressões Corporais na Educação dos Filhos

As Expressões Corporais na Educação dos Filhos

Neste artigo vamos compreender nossas expressões corporais como um movimento que transmite ações educacionais positivas ou negativas. Com estudos e reflexões poderemos conhecer melhor nossas manifestações corporais e explorá-las da forma mais eficiente para educação de nossos filhos.

O Professor Evanderson Rodrigo Mendes do IMPSI (Instituto Mineiro de Psicodrama) afirma que:

 “A expressão corporal funcionaliza a linguagem do corpo em suas estruturações e desenvolvimentos. Por isso leva a manifestação da personalidade, a um conhecimento e uma consciência mais completos, para fora e para dentro do indivíduo, enfim, a uma comunicação fluida, capaz de promover uma profunda transformação da atitude básica da personalidade”. 

Precisamos compreender a extensão das nossas Expressões Corporais para permitir uma relação mais sincera com elas e consequentemente, com nossos filhos. Caso contrário, podemos estabelecer relações fantasiosas com nosso corpo e acabando por transmitir uma educação superficial para nossos filhos, o que nos levará a um corpo possivelmente adoecido e a relações frágeis.

O prejuízo do “não conhecer suas Expressões Corporais” poderá ser um assunto discutido em trabalhos futuros. O foco deste trabalho será os sinais corporais negados pelos pais que dificultam o desenvolvimento educativo saudável dos filhos.

Os adultos estão acostumados a mentir para as crianças sobre seus sentimentos, julgando uma incapacidade da compreensão delas, como se eles não pudessem perceber seus sinais corporais.

A questão é que, em muitos casos, ela não será realmente capaz de compreender o quão é complexa a questão, mas vai notar nas expressões que a pessoa está sentindo ou pensando algo não coerente ao que está falando.

O que deixam os filhos confusos é ver seus pais tristes, irritados, falando que estão bem. Ou desligados e cansados, fingindo que estão brincando tranquilos com seus filhos. E estes estímulos controversos distanciam a criança da compreensão dos seus próprios sentimentos. Porque muito da educação familiar acontece através de espelhamento dos pais.

“Inicialmente, copia os papeis de seus egos-auxiliares naturais. Por meio das repetições, ela vai familiarizar-se com seus protótipos e institui-los como modelo de conduta” (Mendes, s.p., 2018)     

Como se preparar para falar de assuntos complicados com os filhos?

A primeira consideração em relação a falar sobre assuntos complicados com os filhos é que não existe um modelo a ser seguido. O importante é sempre estar disposto a aprender qual é o caminho adequado para aquele momento. O que este artigo prioriza como eficiente é que o adulto seja sincero com ele, com o que pensa e sente sobre o assunto e com a criança, para tomar a melhor atitude.

Para explicar isso melhor, vamos dividir os seres humanos em três partes:

  • Pensar (A parte racional, como visualiza a questão cognitivamente)
  • Sentir (A parte que emocional, como sente em relação a questão)
  • Agir (A parte que toma a atitude, como sai a ação)

“…percebemos que esses elementos podem ocorrer em qualquer ordem: sentimentos podem gerar pensamentos, ações podem resultar em sentimentos que podem provocar desejos, e assim por diante”. (FELDMAN, 2006, p.56) 

Para tomar a melhor ação educativa, precisamos estar conscientes do que pensamos e sentimos sobre o assunto. Muito importante saber para quem e em qual momento da vida se encontra a criança que você deverá responder. Porque se tomarmos uma atitude sem o domínio do sentir, do pensar e da demanda real da criança, corremos o risco de realizarmos uma ação ineficiente, inapropriada ou desproporcional.

Então, é importante que pais e mães estejam sempre abertos a se conhecerem melhor. Entender em quais ocasiões o sentir fala mais alto que o pensar e/ou vice e versa. Isso é ter consciência dos valores que são importantes para os pais como educadores.  Devem estar atentos ao processo de desenvolvimento de seus filhos, para que menos perguntas difíceis sejam feitas antes que estejam prontos para responder. Ter consciência que por mais que estejam preparados aparecerão perguntas que não serão fáceis de responder. Neste momento, lembrar que para uma boa ação é preciso equilibrar o pensar e sentir. E se não estiver preparado para falar do assunto, agende outro momento para responder esta pergunta ao seu filho. Caso se sinta despreparado, busque ajuda. Mas nunca menospreze a pergunta ou sua dificuldade de responder.

As vezes os pais ficam indisponíveis para seus filhos. Não conseguem respondê-los imediatamente. Este não é o grande problema. O problema é permanecer indisponível. “O controle ou a solução daquilo que nos perturba pode nos devolver a disponibilidade”. ((FELDMAN, 2006, p.80)

Hoje em dia, temos muitas formas de desenvolver nossa disponibilidade. As rodas de conversa sobre “Ser Pai” e “Ser Mãe” são movimentos muito importantes e eficientes da atualidade. Elas são feitas por grupos, que debatem diversos temas que envolvam pessoas com a mesma questão em aberto. Se você não tem interesse neste formato de ajuda, pode procurar especialistas em educação como os psicopedagogos.

Este profissional vai avaliar seu caso de forma ampla, levantando questões específicas e o mesmo poderá fazer as orientações necessárias. Caso seja importante, o psicopedagogo fará os eventuais encaminhamentos a outros profissionais ou terapias. Lembrando que sempre é imprescindível procurar ajuda de profissionais capacitados.     

Raquel Leonor Resende

Psicopedagoga

 

Referência bibliográfica

 

Psicodrama: Léa Porto, nós et Nós/ coordenação Tereza Christina Melo Castro; autores Dolores Maria Pena Solléro…[et al.]. – Belo Horizonte: Sografe Editora, 2012

 

MENDES, Evanderson Rodrigo. Apostila: Modulo I, Pós-Graduação em Psicodrama, IMPSI, 2018.

FELDMAN, Clara. Encontro: uma abordagem humanista. Belo Horizonte: Crescer 2006.

FONSECA FILHO, José de Souza. Psicodrama da Loucura: correlações entre Buber e Moreno. São Paulo. Agora, 1980.

 WECHSLER, Mariângela Pinto da Fonseca. Psicodrama e construtivismo: uma leitura psicopedagógica. São Paulo: FAPESP. 2º edição. 2002

WILLIAMS, Antony. Temas Proibidos, ações estratégicas para grupos. São Paulo: Agora,1998.

 

Movimento que antecede a aprendizagem – parte 2

A amplitude do lúdico neste movimento vivo do aprender.

Com a arte encontramos uma forma de reviver e reelaborar nosso conhecimento. E passamos a nos movimentar para agregar nesta caminhada novos conceitos que nos tiram do estado anterior e nos transformam. Utilizando o lúdico como um ingrediente, a busca pelo novo é absorvida de forma natural, prazerosa e muito eficiente, se tornando parte ativa da construção do aprender. O artigo Jogos Teatrais Criatividade e Desenvolvimento Humano descreve a relação do teatro e o desenvolvimento humano.

“O crescimento do intelecto é um processo cumulativo, mas a nova experiência não é introduzida à  força, pois se funde com o que lá já existe, modificando assim o que já existe e sendo ela própria modificada. Há durante este processo “ocasiões” em que as estruturas mentais parecem realizar-se ou estender-se em um sintema mais viável; o estágio muda. Em qualquer momento determinado deste processo desenvolvimental, há um equilíbrio adaptativo, que torna cada vez mais largamente baseado com sucessivos estágios.’(Richmond.  p.103, 1981)

Fernández afirma que: “Necessitamos incorporar conhecimentos sobre o organismo, o corpo, a inteligência e o desejo, os quatro níveis que consideramos basicamente implicados no aprender”. (p.128, 1990). Assim é importante que a própria pessoa conheça a sua própria forma de aprender. O processo de aprendizagem é único e pessoal, por isso se assemelha a processos artísticos que consequentemente tornam as terapias ligadas a arte como o Psicodrama, um recurso eficiente para o educador.

O encontro com a arte deve ser de forma ativa para efeito terapêutico. A pessoa precisa se ver transformando um objeto em outro, um movimento e um ritmo, sua história em uma cena e assim ativamente, recriar para remodelar seu vínculo com o processo educativo. Encontrando neste novo vínculo outros caminhos para aprender. Esta liberdade consolida sua aprendizagem que estrutura novas experiências e novos encontros com diversos universos do conhecimento, porque a pessoa aprende a apender e se desenvolver inteiramente.

O conteúdo aqui exposto é fruto de pesquisa científica e de prática. Em cada livro que abro, em cada paciente que atendo, se confirma e reafirma a eficiência da arte para a educação. Podemos notar que a arte se faz cada vez mais ponte para o conhecimento das pessoas e dos seus processos educativos.

 

REFERÊNCIA BIOGRÁFICA

 

GUIMARÃES, Gustavo Queiroz. Metáfora relacional –  uma experiência de inclusão de pessoas com necessidades especiais através do ouvir, criar e narrar histórias.

 

Psicodrama: Léa Porto, nós et Nós/ coordenação Tereza Christina Melo Castro; autores Dolores Maria Pena Solléro…[et al.]. – Belo Horizonte: Sografe Editora, 2012

 

RICHMOND, Peter Graham. Piaget: teoria e pratica. Tradução Aydano Arruda. São Paulo. IBRASA. 1981

 

FERNÁNDEZ, Alicia. A inteligência aprisionada: abordagem psicopedagógica clinica e sua família; tradução Iara Rodrigues. Porto Alegre: artes Medicas, 1990.

 

 

 

 

Movimento que antecede a aprendizagem – Parte 1

A arte como movimento importante para a aprendizagem

Em minha busca por um caminho que possibilitasse uma aprendizagem prazerosa, já no início de minha carreira, me encontrei com a arte.

Em 2003, me senti realizada, unindo a pedagogia ao teatro. No meu LinkedIn tem mais informações e fotos sobre este período.

E nesta caminhada contínua agreguei outros ingredientes, tais como jogos, danças, músicas, histórias, costura, poesia… porque “buscava sair da lógica do erro / acerto, para uma lógica mais inclusiva, ao considerar que toda expressão é parte de um diálogo”. (Guimaraes).

E foi nesta estrada que encontrei pessoas como Gustavo Guimaraes (Professor da Pós-Graduação em Psicodrama) conhecido como Gustavo Gaivota; Maria Inês Resende (Escritora, Poeta e Contadora de Histórias) conhecida como Embondeira  e Rubia Mesquita.

Adicionei ao meu perfil profissional pessoas como estas, além da arte e do Psicodrama, pelo fato de que percebê-los como fortes aliados na prática da educação eficiente!

Em minhas atividades Psicopedagógicas, sinto-me realizada como profissional, porque acredito na criatividade e na espontaneidade do meu paciente e no decorrente potencial transformador.

Na prática, vejo que o incentivo a vivenciar momentos de espontaneidade e criatividade abrem caminhos para processos educacionais.  E com isso, acontece uma transformação, passando de uma relação difícil com a educação para uma relação mais harmônica e eficaz.

O movimento que antecede a espontaneidade está diretamente ligado ao movimento que antecede a construção do conhecimento. Visto que a assimilação e a acomodação do conhecimento é um processo criativo da pessoa.

“Superposições que se revelam nos Foco Sócio educacional e Foco Psicoterapêutico, convergido verdadeiramente num único ponto: o conhecimento vivo: experimentar, criar, fazer nascer, revelar o mundo de encontros e desencontros do real ao imaginário, do possível até o impossível, ampliando o olhar para o drama coletivo com suas questões sociais e ideológicas” (Campos, et al.  p. 150. 2012)

Este conhecimento vivo, que brota da produção é explorado também em outros artigos deste site e em vídeos no meu canal do youtube.  Mas neste artigo vamos nos dedicar a amplitude do lúdico neste processo vivo do aprender.

 

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

GUIMARÃES, Gustavo Queiroz. Metáfora relacional –  uma experiência de inclusão de pessoas com necessidades especiais através do ouvir, criar e narrar histórias.

 

Psicodrama: Léa Porto, nós et Nós/ coordenação Tereza Christina Melo Castro; autores Dolores Maria Pena Solléro…[et al.]. – Belo Horizonte: Sografe Editora, 2012

 

Vínculos: Como nos movimentam – Parte 1

O que é vínculo?

O que é vínculo? No dicionário a definição é: “O que tem capacidade de ligar, unir, atar uma coisa a outra”. (https://www.dicio.com.br/vínculo/)

Na psicopedagogia observamos as relações de vínculos nos processos de aprendizagem. O bom relacionamento com a aprendizagem é importante para a eficiência do processo educativo. É parte do processo avaliativo psicopedagógico identificar qual o vínculo o cliente tem com a educação e identificar estratégias que melhorem as relações não eficientes.

“A participação do aluno no processo de ensino aprendizagem vai além de somente cumprir tarefas e não lidar ou discutir o tema, o aluno é parte do Par Educativo e como tal necessita de uma vinculação saudável com a aprendizagem. Tratar a compreensão do Par Educativo é também possibilitar o estudo das vinculações que não obtém sucesso, das relações conflituosas e das dificuldades de aprendizagem que geram diferentes níveis de desinteresse e desistência de alunos que não conseguem estabelecer significação com a escola como espaço de aprendizagem”. (Vínculo – Revista do NESME, 2016, p. 48)

No psicodrama aprofundamos o tema vínculo e o enxergamos como uma parte importante da formação da personalidade. Através de estudos de caso, ou seja, de trabalhos terapêuticos com o cliente, pode-se identificar vínculos eficientes ou não para a vida da pessoa e trabalhar estas relações para melhorar sua qualidade de vida.

“Nossa história é repleta de situações em que ocorrem o aprendizado de condutas e das emoções e a internalização de conteúdos e características das pessoas”. (NERY, 2003, p. 66).

Neste artigo vou reforçar uma relação já existente entre o psicodrama e a psicopedagogia que é a identificação, o trabalho e valorização da qualidade dos vínculos para o desenvolvimento saudável das pessoas. A seguir vamos compreender como criamos nossos vínculos.

Veja a sequência deste artigo clicando aqui.

 

Bibliografia

NERY, M. P. Vínculos e aspectos internalizados dos vínculos. In: ___ Vínculo e afetividade: Caminhos das relações humanas. São Paulo: Ágora, 2003. Cap. 3, p. 65-92.

PAR EDUCATIVO – A MANIFESTAÇÃO DO VÍNCULO COM A APRENDIZAGEM http://pepsic.bvsalud.org/pdf/vínculo/v13n1/v13n1a05.pdf , Vínculo – Revista do NESME, 2016, v.13, n.1, pp.46-55

Dicionários: https://www.dicio.com.br/vínculo/

Vínculos: Como nos movimentam – Parte 2

Como criamos nossos vínculos?

 

Nota: Clique aqui para acessar a primeira parte deste artigo.

 

Para muitos autores os vínculos começam a se formar após o nascimento quando começamos a nos relacionar com o cuidador e com o mundo. E aos poucos eles vão se ampliando e se tornando mais complexos.

 “Uma vez constituído o vínculo filho/mãe e estabelecida a diferenciação entre eu/não eu, começa uma lenta discriminação fantasia/realidade, fato que de nenhuma maneira se estabelece de forma abrupta, mas, ao contrário, é lenta e gradual”. (Bustos, 1999, p38)

Os vínculos vão se formando e se reforçando ao longo do desenvolvimento humanos e suas relações. Através deles criamos nossa forma de reagir e interagir com as pessoas e ambiente. Esta contínua formação emocional tem uma ligação direta com os vínculos estabelecidos e internalizados na matriz do ser ou matriz de identidade. Ao longo da vida passamos por diversas fases onde percebemos estes estímulos vinculares de formas diferentes e os registramos reconfigurando nossas relações.

“… a aprendizagem de um papel, no vínculo, passa por três momentos: a tomada do papel, o treinamento do papel e a criação do papel. Em cada momento, a modalidade vincular afetiva de dada pessoa se manifestará e o co-inconsciente construirá os conteúdos específicos do vínculo”. (NERY, 2003, p. 75).    

Visto que nossa formação emocional está ligada a relações de vínculos que estabelecemos ao longo da vida, podemos dizer que, todos em determinado momento serão expostos a situações onde a qualidade do vínculo sofre uma influência negativa. Consequentemente, gera uma reação patológica no indivíduo que causará consequências nas relações do mesmo ao longo da vida. O trauma, as feridas, as lesões são inevitáveis na formação do ser e cada pessoa vai vivenciá-los e reestruturá-los de formas distintas, conectando-os a outras relações vinculares.

Como vimos esta formação do ser acontece ao longo da vida e é fruto das nossas relações vinculares. Vimos também que passamos por um processo que pode ser dividido em três etapas. Na busca de uma nova reestruturação dos vínculos patológicos passamos novamente por estas três fases, as quais possibilitarão o surgimento de um novo papel. Com o novo papel o vínculo com a relação se altera, causando um efeito não só no indivíduo como nos pares que se associam.

“Portanto quando o indivíduo adquire um novo papel, não apenas ele, mas também o outro adquire um novo papel complementar e sofre a interferência de conteúdos emocionais relacionados a tensão, ao enfretamento do novo ou ás resistências à mudança”. (NERY, 2003, p. 75).        

Esta crise vincular é necessária para que esta relação seja restabelecida. De certa forma, morre-se um vínculo para surgir outro. Não necessariamente morre toda a relação, mas sim um vínculo patológico que fazia parte dela. De certa forma, as partes se reorganizam e se adaptam à nova realidade. A seguir, vamos conferir como um psicopedagogo pode contribuir para a construção de vínculos saudáveis e eficientes.

Veja a sequência deste artigo clicando aqui.

 

Bibliografia

BUSTOS, D. M. Psicoterapia de grupo e psicodrama. In: ___ Novas cenas para o psicodrama: o teste da mirada e outros temas. São Paulo: Ágora, 1999. Cap. 3, p. 33-56.

NERY, M. P. Vínculos e aspectos internalizados dos vínculos. In: ___ Vínculo e afetividade: Caminhos das relações humanas. São Paulo: Ágora, 2003. Cap. 3, p. 65-92.

Vínculos: Como nos Movimentam – Parte 3

Como um psicopedagogo pode contribuir para a construção de vínculos saudáveis e eficientes na educação.

 

Nota: Este artigo está dividido em 3 partes, para acessá-las clique nos links: Parte 1, Parte 2.

 

Os psicopedagogos e neuropsicopedagogos são profissionais da educação especializados em solucionar problemas de aprendizagem mais complexos e em alguns destes casos é necessário uma equipe multiprofissional para efetivar um bom trabalho.

A peça chave para um bom trabalho psicopedagógico é a observação clínica, o estudo de caso e a tomada de atitude orientada por esta pesquisa centrada no cliente. Veja mais sobre este assunto nos links: https://www.youtube.com/watch?v=uuqPHsdVij4 https://raquelleonor.com/sobre-meu-trabalho/

A pesquisa sobre quais os vínculos se tem com a aprendizagem são realizados em quase todos os processos de avaliações psicopedagógicas. A importância de se ter claro quais são as dificuldades e facilidades na relação de ensino aprendizagem é fundamental para a orientação da ação pedagógica perante o perfil do cliente.

“Partindo da compreensão das relações humanas pautadas em vinculações, como propõe Pichon-Rivière e no contágio afetivo como posto por Wallon, é possível observar que a afetividade é a força-motriz que impulsiona o desenvolvimento humano e a aprendizagem, sendo o paradigma e o arcabouço da aprendizagem e do desenvolvimento relacional, pautada na inter-relação social para esta construção. Compreender o Par Educativo é uma forma de instrumentalizar o pensamento para fomentar a práxis educativa e a formação profissional diferenciada, enaltecendo a participação da subjetividade das relações no processo de ensino aprendizagem, não dissociando isto do pensamento ou da estruturação efetivamente cognitiva”. (Vínculo – Revista do NESME, 2016, p. 54)

O vínculo com o aprender é também passivo de alterações ao longo da vida. Seu cuidado não está restrito à infância. Adultos e idosos com problemas na aprendizagem também podem se beneficiar com o trabalho psicopedagógico. Com as avalições podemos criar caminhos criativos mais eficientes para restabelecer vínculos saudáveis com o processo de ensino aprendizagem.

“Neste processo de estabelecimento de vínculos, o ser humano estabelece parcerias através do contágio afetivo, logo esta aprendizagem se organiza subjetivamente em relações dialéticas mútuas através da significação e da ressignificação das relações, trocas e práticas, em que estes parceiros vinculares podem ser chamados de Pares Educativos”. (Vínculo – Revista do NESME, 2016, p. 53)

No caso das crianças com dificuldades educacionais, o quanto antes elas puderem ser acolhidas com uma nova relação com a aprendizagem é melhor, pois a qualidade do vínculo vai se aprofundando e as consequências negativas diminuem.

Temos casos onde a própria pessoa encontra um caminho próprio de se relacionar com a educação resolvendo seus problemas. Existem também casos que a má relação com a aprendizagem é carregada ao longo da vida da pessoa e a cada contato com o aprender se reforça o vínculo patológico com a educação. Neste segundo caso é aconselhável a procura de ajuda profissional.

Não tem idade certa para começar uma nova relação com a aprendizagem. O caminho para a busca destes novos vínculos deve ser um processo individual e contínuo. Por isso a necessidade de um especialista clínico educacional como psicopedagogos ou neuropsicopedagogos que possuem a formação necessária para desenvolver o estudo de caso e o acompanhamento da nova ação vincular adequada para cada cliente.

 

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Raquel Leonor Resende

Bibliografia

BUSTOS, D. M. Psicoterapia de grupo e psicodrama. In: ___ Novas cenas para o psicodrama: o teste da mirada e outros temas. São Paulo: Ágora, 1999. Cap. 3, p. 33-56.

BUSTOS, D. M. Sociometria: teoria das relações interpessoais de J. L. Moreno. In: ___ Perigo… Amor à vista!: Drama e psicodrama de casais. 2ª ed. ampliada. São Paulo, Aleph, 2001. Cap. 4, p. 73-95.

NERY, M. P. Aprendizagem emocional e lógicas afetivas de conduta. In: ___ Vínculo e afetividade: Caminhos das relações humanas. São Paulo: Ágora, 2003. Cap. 2, p. 33-63.

NERY, M. P. Vínculos e aspectos internalizados dos vínculos. In: ___ Vínculo e afetividade: Caminhos das relações humanas. São Paulo: Ágora, 2003. Cap. 3, p. 65-92.

PAR EDUCATIVO – A MANIFESTAÇÃO DO VÍNCULO COM A APRENDIZAGEM http://pepsic.bvsalud.org/pdf/vínculo/v13n1/v13n1a05.pdf , Vínculo – Revista do NESME, 2016, v.13, n.1, pp.46-55

Dicionários: https://www.dicio.com.br/vínculo/